Suspeito é preso em Goiás por aplicar golpe do PIX e roubar R$ 60 mil

Suspeito é preso em Goiás por aplicar golpe do PIX e roubar R$ 60 mil

04/08/2022 0 Por Duda

Jovem é preso após aplicar golpe de R$ 60 mil fingindo ser filho de servidora pública

Em janeiro deste ano, um golpe envolvendo transferências bancárias via PIX surpreendeu a Polícia Civil de Goiás. Um jovem de 23 anos foi preso nesta terça-feira (2), em Aparecida de Goiânia, suspeito de se passar por filho de uma servidora pública para aplicar um golpe de R$ 60 mil. Usando o WhatsApp, o criminoso enviou mensagens à vítima fingindo ser seu filho e, aproveitando-se da confiança, solicitou a transferência do valor.

Sem desconfiar da fraude, a mulher realizou as transações bancárias, acreditando que estava ajudando seu verdadeiro filho. O golpe foi estruturado de maneira a evitar suspeitas: o montante foi transferido em seis transações separadas para diferentes contas bancárias, dificultando o rastreamento imediato.

Investigação e prisão do suspeito

Breno Andrade, delegado responsável pela investigação, explicou que o valor total foi distribuído entre seis contas distintas. “A vítima realizou seis transferências que somaram R$ 60 mil. As investigações mostraram que o suspeito agiu sozinho, embora tenha utilizado contas de terceiros, o que é comum nesse tipo de crime”, afirmou o delegado.

Segundo a polícia, o jovem optou por permanecer em silêncio durante sua prisão, não fornecendo esclarecimentos sobre o golpe ou possíveis cúmplices. Apesar disso, a Polícia Civil já possui provas suficientes que indicam que ele foi o autor da fraude.

Durante a operação de captura, a polícia apreendeu diversos itens na residência do suspeito, incluindo dois celulares, computadores e vários cartões bancários. As contas usadas no golpe foram imediatamente bloqueadas para impedir novas movimentações financeiras.

Desdobramentos do caso

O delegado Breno Andrade destacou que ainda será investigado se as contas usadas no golpe pertencem a pessoas que participaram conscientemente do crime ou se foram utilizadas de forma indevida, sem o conhecimento dos titulares. “Agora vamos aprofundar as investigações para entender se houve colaboração ou se os dados dessas pessoas foram utilizados de forma fraudulenta”, explicou Andrade.

Embora a polícia tenha agido rapidamente, ainda não há garantias de que o dinheiro será recuperado. “Infelizmente, nesses casos, o rastreamento dos valores pode ser complexo, e o dinheiro geralmente é movimentado de forma a dificultar a recuperação”, lamentou o delegado.

A facilidade dos golpes digitais

Segundo a Polícia Civil, crimes como esse têm se tornado cada vez mais frequentes em todo o país. Um dos fatores que facilitam a prática é a facilidade de acesso a dados pessoais, que muitas vezes estão disponíveis na internet ou em bancos de dados vazados.

O delegado ressaltou que o crime de estelionato digital é de execução simples e muito lucrativo para os criminosos. “Os golpistas conseguem obter informações básicas sobre a vítima — como nome dos filhos, hábitos familiares e contatos — e usam isso para criar um ambiente de confiança. A vítima, acreditando estar em comunicação com um ente querido, acaba realizando as transferências sem desconfiar”, comentou Andrade.

Esse tipo de golpe, conhecido como “golpe do filho”, ganhou notoriedade nos últimos anos, impulsionado principalmente pela popularização dos aplicativos de mensagens instantâneas, como o WhatsApp. A prática consiste em criar um número falso, alegar que trocou de telefone, e pedir dinheiro para situações emergenciais.

Dicas para se proteger

A polícia orienta a população a adotar medidas de precaução para evitar cair em golpes semelhantes. Antes de realizar qualquer transferência de valores, especialmente diante de pedidos urgentes, é recomendável confirmar a identidade da pessoa solicitante por meio de ligação telefônica ou outro canal seguro. Além disso, deve-se desconfiar de mensagens que solicitam quantias elevadas ou informações financeiras sem a devida verificação.

Outro conselho importante é manter a privacidade de dados pessoais nas redes sociais. Informações como nomes de familiares, fotos e números de telefone podem ser facilmente utilizados por golpistas para criar perfis falsos e se passar por conhecidos.

Conclusão

O caso envolvendo a prisão do jovem em Goiás é mais um exemplo dos riscos associados à era digital e da necessidade de atenção redobrada ao lidar com transações financeiras online. Embora a Polícia Civil tenha agido com eficiência na identificação e prisão do suspeito, a luta contra os golpes virtuais é contínua e requer tanto a atuação das autoridades quanto a conscientização da população.

A expectativa agora é que as investigações avancem para identificar possíveis cúmplices e rastrear os valores desviados, oferecendo à vítima, ao menos, uma chance de recuperar parte do prejuízo.