Varíola dos macacos: SP realiza curso online para orientar profissionais de saúde

Varíola dos macacos: SP realiza curso online para orientar profissionais de saúde

03/08/2022 0 Por Duda

Prefeitura de São Paulo capacita milhares de profissionais da saúde e educação sobre a varíola dos macacos

Na última terça-feira (2), a Prefeitura de São Paulo promoveu um curso online com o objetivo de capacitar 5.500 profissionais das Secretarias Municipais da Saúde e da Educação para lidarem com a varíola dos macacos (monkeypox). A capacitação buscou atualizar os servidores municipais sobre a situação da doença na capital paulista, bem como fornecer orientações importantes sobre prevenção, diagnóstico, isolamento e notificação de casos suspeitos, com base nas diretrizes estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde (MS).

A ação faz parte do esforço do município para garantir uma resposta eficaz diante do cenário epidemiológico atual. Com a rápida disseminação da monkeypox em diferentes partes do mundo e o aumento de casos registrados no Brasil, autoridades sanitárias têm reforçado a necessidade de preparar as redes de atendimento e ampliar o conhecimento técnico dos profissionais de saúde.

Atenção especial à infância

De acordo com Luiz Carlos Zamarco, secretário municipal da Saúde, o treinamento também leva em consideração a proteção de crianças, que representam uma população ainda pouco estudada no contexto da doença. “Nosso serviço de vigilância está comunicando toda a população e capacitando profissionais de saúde para o enfrentamento da doença. Nossa atenção também está voltada para as crianças. Apesar da baixa letalidade no público adulto, ainda não sabemos como a monkeypox se desenvolve no público infantil”, afirmou o secretário.

Zamarco ressaltou que o município, desde os primeiros alertas emitidos pela OMS sobre a varíola dos macacos, instituiu protocolos específicos para orientar a atuação dos serviços públicos e privados de saúde na capital. Esses protocolos determinam procedimentos para o acolhimento, investigação e manejo de casos suspeitos, a fim de conter a disseminação do vírus.

Critérios para identificação de casos suspeitos

A Prefeitura de São Paulo explicou que são considerados suspeitos de infecção por monkeypox indivíduos de qualquer idade que tenham apresentado, a partir de 15 de março deste ano, o início súbito de lesões cutâneas agudas — únicas ou múltiplas — em qualquer parte do corpo, inclusive na região genital. A presença de sintomas como febre, dor nas costas, dor de cabeça, aumento dos linfonodos ou fadiga pode ou não estar associada às erupções.

Outro critério importante é o histórico de viagem: pessoas que estiveram em países considerados endêmicos ou com casos confirmados de monkeypox nos 21 dias anteriores ao aparecimento dos sintomas também entram na definição de caso suspeito. Além disso, quem manteve contato íntimo com parceiros desconhecidos ou eventuais nesse mesmo período deve ser avaliado com atenção.

O curso de capacitação promovido pela Prefeitura está disponível gratuitamente no canal oficial do YouTube da cidade de São Paulo, permitindo que mais profissionais possam acessar o conteúdo, mesmo aqueles que não participaram da transmissão ao vivo.

Situação da monkeypox em São Paulo e no Brasil

Segundo dados divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), até o momento a cidade de São Paulo contabiliza 879 casos confirmados de varíola dos macacos. Desses, três casos envolvem crianças — um menino de quatro anos e duas meninas de seis anos — além de dez casos registrados em adolescentes com idades entre 10 e 19 anos.

A situação nacional também exige atenção. De acordo com o Ministério da Saúde, até o último domingo (31), o Brasil registrava 1.342 casos da doença. Na última sexta-feira (29), foi confirmada a primeira morte causada pela infecção no país, o que aumentou a vigilância sobre casos graves e complicações associadas à monkeypox. Além do óbito brasileiro, duas outras mortes relacionadas à doença foram notificadas na Europa.

Sobre a varíola dos macacos

A monkeypox é uma infecção viral causada pelo vírus da varíola dos macacos, pertencente à mesma família do vírus da varíola humana, erradicada em 1980. No entanto, diferentemente da varíola clássica, a monkeypox costuma apresentar quadros clínicos menos graves. A transmissão ocorre por meio de contato direto com lesões na pele, fluidos corporais, gotículas respiratórias ou objetos contaminados.

O período de incubação da doença pode variar entre cinco e 21 dias. Embora a maioria dos casos evolua para cura espontânea, sem necessidade de internação, é essencial o isolamento dos pacientes infectados para evitar a propagação, especialmente entre pessoas imunossuprimidas ou em condições de maior vulnerabilidade.

Conclusão

A iniciativa da Prefeitura de São Paulo demonstra um compromisso importante com a saúde pública, especialmente em tempos de surtos e incertezas. A capacitação dos profissionais da rede municipal — tanto da Saúde quanto da Educação — é um passo essencial para garantir a resposta ágil, segura e baseada em evidências diante de uma doença emergente.

A disseminação da monkeypox reforça a necessidade de vigilância ativa, educação em saúde e colaboração entre diferentes esferas do poder público. A capacitação contínua e a informação clara são ferramentas essenciais para proteger a população, controlar surtos e evitar que doenças infecciosas ganhem espaço no cenário urbano.